
A família botânica Urticaceae inclui 13 gêneros, existem 20 espécies do gênero Cecropia ssp., entre as quais 5 são endêmicas do Brasil. Trata-se de um gênero presente em todos os biomas do território brasileiro – seja no Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica ou Amazônia em terrenos áridos ou matas ciliares. Essa distribuição tão heterogênea do gênero é natural, já que as embaúbas são espécies pioneiras.
Cecropia vem do grego Cecrops “filho da Terra, meio homem e meio serpente” – rei mítico de Atenas que reinou por 50 anos. Já embaúba, de origem tupi ambaíba ãba’ib, significa “árvore oca” ou “onde vivem as formigas”. Não é à toa que, com a madeira e o galho da embaúba, podem ser produzidos instrumentos de sopro e violas. Também usam a madeira para a produção de fósforos e a casca pode ser utilizada na produção de cordas.
Árvore tão bela e tão pouco comum no paisagismo urbano. É comum encontrar embaúbas de folha prateada nos caminhos da Serra do Mar, em São Paulo. Elas parecem pontos de brilho em meio às copas verdes, são como estrelas da mata. Mas nem todas espécies têm folhas prateadas ou esbranquiçadas. Se você caminhar pela cidade de São Paulo, pode ter ver alguns exemplares que foram recentemente plantados nas calçadas. Elas podem crescer em terrenos abandonados, mas também são vistas em projetos de paisagismo que quiseram aproveitar a estética e a arquitetura das curvas de sua copa.

Povos ameríndios utilizam Cecropia na alimentação, como lenha e em fitoterapia. Em Trinidad e Tobago, a Cecropia peltata é mastigada e dada aos cães que foram mordidos por serpentes venenosas como um remédio de emergência. Pesquisas com a Cecropia glaziovii tem revelado atividade antidepressiva em ratos.
Uma embaúba adulta pode produzir mais de um milhão de sementes, a presença regular de seus frutos faz com que o gênero desempenhe um papel importante no ecossistema. Sementes podem ficar viáveis por mais de 5 anos e germinam pela presença de sol pleno e mudanças de temperatura. Polinizada principalmente pelo vento mas também são dispersas por diferentes animais como aves, morcegos, peixes, macacos. Os frutos – ao menos a da espécie C. hololeuca – têm sabor parecido ao da banana e suas sementes milimétricas são facilmente distribuídas nos locais frequentados pelos animais dispersores.

As preguiças, por exemplo, preferem as folhas jovens das embaúbas e também adoram descansar em seus galhos ondulados. As formigas mantêm uma vida em simbiose com essas árvores, ou seja, uma troca saudável e equilibrada. A embaúba fornece alimento – composto doce presente nas “axilas” de suas folhas, produzido especialmente para atraí-las. Em troca, as formigas fornecem proteção contra predadores. Menos as preguiças que não se incomodam com elas.
Video com interação das formigas e embaúbas:
Nome popular: Embaúba, embaúva, imbaúba, umbaúva, ambaúba, imbaíba
Nome científico: Cecropia sp.
Família: Urticaceae
Ocorrência Natural: América Central e América do Sul
Porte: 7 a 15 m de altura
Referência: Rocha, F.F et al. (2007): Antidepressant-like effect of Cecropia glazioui Sneth [sic] and its constituents – In vivo and in vitro characterization of the underlying mechanism. Phytomedicine 14(6): 396 402.