Hoje vamos falar da Quaresmeira (Pleroma granulosum – antes Tibouchina granulosa). Seu nome popular tem origem devido a floração e frutificação ocorrer no período da Quaresma entre novembro a abril principalmente, mas com possibilidade também nos outros meses do ano. Possui duas variedades: uma com flores de coloração rosa e outra roxa. Seu fruto é uma capsula lenhosa em formato de taça com cerca de 1cm. Cada capsula porta quase uma centenas de sementes muito pequenas facilmente dispersas pelo vento, de tão pequenas podem parecer uma poeira, quando férteis é perceptível a cor em tom avermelhado. O tempo de vida da quaresmeira, por ser uma espécie pioneira – resistente a condições de solo e clima mais rusticas e degradadas, é de 60 a 70 anos.
Suas folhas pilosas, ásperas e longas com mais de 10 cm de comprimento, apresenta também as nervuras paralelas que são uma característica marcante desta árvore e também de quase todas as espécies da mesma família botânica. Confundida muitas vezes com o manacá-da-serra (Pleroma mutabile), um aspecto que os difere é o fato do manacá possuir na mesma árvore flores de diversas tonalidades que mudam ao passar do tempo desabrochando brancas, tornando-se rosa até atingir uma tonalidade lilás. As folhas da quaresmeira podem ser motivo de brincadeiras entre as crianças, pois sua pilosidade favorece a aderência em roupas e tecidos criando a possibilidade de ser utilizada como um “broche natural”.
É uma das principais árvores utilizadas na arborização urbana no Brasil, devido seu ótimo porte para calçadas, além de compor o paisagismo de avenidas, praças, parques e jardins em geral. No entanto é necessário ter atenção com seus galhos pois a madeira é frágil e podem quebrar com ventos fortes.
As flores de quaresmeiras são muito visitadas por diferentes tipos de insetos que se alimentam do seu néctar, muito comum observar mamangavas junto da árvore em flor. Sua casca é rugosa e descamante e a pilosidade que ocorre nas folhas pode também ser observada nos botões florais. Originária da Mata Atlântica, com a distribuição geográfica natural quase exclusiva do estado do Rio de Janeiro, aprecia o clima tropical e subtropical, tolerando bem o frio moderado. Pesquisas recentes indicam que as folhas da quaresmeira possuem efeito anti-inflamatório e podem ser uteis para a preparação de novos medicamentos.
A Quaresmeira é uma árvore de grande beleza e importante para os ciclos de regeneração ambientais, atrativa para fauna nativa, apoiando reequilíbrio ecológico, especialmente na região onde ocorre naturalmente. Por isso, apesar de sua fragilidade, é importante incentivar sua presença nos jardins e parques, para que possamos desfrutar de todos os seus benefícios.
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